Nota de repúdio

SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes vem a público repudiar as ações e o comportamento da Inditex, dona da rede internacional de confecções Zara, flagrada e autuada por utilizar trabalho escravo de quinze imigrantes bolivianos e peruanos, inclusive um menor de quatorze anos, em sua cadeia de produção no centro da cidade de São Paulo.  Do mesmo modo, o SPM repudia a negligência do Governo do Estado de São Paulo que, através da Secretaria Estadual de Educação, contratou a construtora Irmãos Moura, que submeteu trabalhadores migrantes nordestinos a condições análogas a de escravos na construção de duas escolas nas cidades de Amparo e Hortolândia, interior de São Paulo. As ações da empresa Zara e da Secretaria da Educação do Governo Paulista evidenciam a escalada de violação dos direitos humanos por empresas multinacionais e estatais não apenas em áreas rurais (pecuária, carvoarias, monoculturas, etc.), mas também nos grandes centros urbanos atingindo, sobretudo, os trabalhadores migrantes. Justiça social e distribuição de renda devem ser o primeiro objetivo do desenvolvimento sustentável. É com esta concepção que o SPM reafirma seu compromisso de denunciar e repudiar veementemente as violações de direitos humanos e confirma sua missão de promover o respeito aos migrantes e imigrantes, em prol de uma sociedade justa, sustentável e solidária.
SERVIÇO PASTORAL DOS MIGRANTES – SPM São Paulo, 31 de Agosto de 2011