É preciso reconhecer e agradecer

Dom Anuar Battisti*

Hoje faço memória aqui a todos os avós e às pessoas mais experientes. Na quinta-feira (26) celebramos o dia de São Joaquim e Santa Ana, os pais de Maria, Nossa Senhora, a mãe de Jesus, o Salvador. Não sei se você já percebeu, mas o cristianismo como um todo não tem o costume de relembrar a história dos avós de Jesus de forma mais profunda.

Por isso gostaria de refletir sobre o aspecto do reconhecimento e do agradecimento. Joaquim e Ana tinham idade avançada e não tinham filhos – motivo de vergonha para os judeus da época. Porém a esterilidade não abalou a fé do casal, e depois de muita oração e perseverança Deus os agraciou abundantemente. E quem diria. Do casal antes infértil nasceu a Virgem Maria. Será que não devemos honrar os avós de Jesus? Claro que devemos.

E sobre este ponto de vista gostaria de propor que você agradecesse hoje às pessoas que te antecederam, que te criaram. Os nossos pais, avós, e todos os nossos antepassados merecem o nosso agradecimento afetivo e efetivo.

Quantos idosos estão abandonados pelos seus filhos e netos. Quantos vivem eterna solidão em suas casas, na esperança de uma simples e rápida visita dos seus. Isso é justo? Será que você não tem um tempo para dedicar aos seus de forma permanente, como reconhecimento e gratidão por tudo que eles fizeram por você?

Neste domingo em que encerramos o mês de julho eu quero fazer também um gesto de agradecimento a uma pessoa que todos nós paranaenses, maringaenses, devemos muito.

No mesmo dia de São Joaquim e Santa Ana, 26 de julho, tivemos a graça de celebrar os 96 anos de Dom Jaime Luiz Coelho, o primeiro Arcebispo de Maringá. Uma dádiva de Deus para nós. Dom Jaime, recém-nomeado bispo, teve a coragem de dar o seu sim para o Papa e deixar o Estado de São Paulo e dedicar a sua juventude para a construção da nova diocese de Maringá.

Hoje, em 2012, o que temos? Uma Arquidiocese viva, dinâmica, atuante. Uma cidade próspera, fundada nas bases cristãs, com uma Universidade pública que nos orgulha, com tantas outras coisas que poderíamos aqui elencar – todas nascidas pelo entusiasmo de um jovem que hoje contempla 96 anos bem vividos e dedicados ao serviço da comunidade.

Reconhecer e agradecer. Essas duas atitudes devem fazer parte do nosso cotidiano. Ao fazer esse exercício você vai perceber como é bom ter uma história, ter pessoas que nos ajudaram anteriormente. Pessoas que prepararam o nosso caminho. O que temos hoje é fruto do que alguém plantou lá no passado.  Obrigado Senhor pela vida e pelo testemunho de Dom Jaime. Dai-lhe saúde, a fim de celebrarmos cada ano com renovada gratidão o dom da vida.  Deus abençoe, nosso primeiro Arcebispo, nosso avô na fé e  a todos os nossos antepassados que um dia não mediram esforços para nos dar a vida, e uma vida melhor.

*Arcebispo Metropolitano de Maringá / PR

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