Santa Madre Teresa de Calcutá

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05 de Setembro

Fundou a Congregação das Missionárias da Caridade

Agnes Gouxha Bojaxhiu, madre Teresa de Calcutá, nasceu, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, de pais albaneses. Seus pais, Nicolau e Rosa, tiveram três filhos. Na época escolar, Agnes tornou-se membro de uma associação católica para crianças, a Congregação Mariana, onde cresceu em ambiente cristão. Aos doze anos, já estava convencida de sua vocação religiosa, atraída pela obra dos missionários.

Agnes pediu para ingressar na Congregação das Irmãs de Loreto, que trabalhavam como missionárias em sua região. Logo foi encaminhada para a Abadia de Loreto, na Irlanda, onde aprenderia o inglês e depois seria enviada à Índia, a fim de iniciar seu noviciado. Feitos os votos, adotou o nome Teresa, em homenagem à carmelita francesa, Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários.

Primeiramente, irmã Teresa foi incumbida de ensinar história e geografia no colégio da Congregação, em Calcutá. Essa atividade exerceu por dezessete anos. Cercada de crianças, filhas das melhores famílias de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saia à rua: pobreza generalizada, crianças e velhos moribundos e abandonados, pessoas doentes sem a quem recorrer.

O dia 10 de setembro de 1946 ficou marcado na sua vida como o “dia da inspiração”. Numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, percebeu que deveria dedicar toda a sua existência aos mais pobres e excluídos, deixando o conforto do colégio da Congregação.

E assim fez. Irmã Teresa tomou algumas aulas de enfermagem, que julgava útil a seu plano, e misturou-se aos pobres, primeiro na cidade de Motijhil. A princípio, juntou cinco crianças de um bairro miserável e passou a dar-lhes escola. Passados dez dias, já se somavam cinqüenta crianças. O seu trabalho começou a ficar conhecido e a solidariedade do povo operava em seu favor, com donativos e trabalho voluntário.

Para irmã Teresa, o trabalho deveria continuar a dar frutos sem depender apenas das doações e dos voluntários. Seria necessário às suas companheiras que tivessem o espírito de vida religiosa e consagrada. Logo, uma a uma ouviram o chamado de Deus para entregarem-se ao serviço dos mais pobres. Nascia a Congregação das Missionárias da Caridade, com seu estatuto aprovado em 1950. E ela se tornou madre Teresa, a superiora.

As missionárias saíram às ruas e passaram a recolher doentes de toda espécie. Para as irmãs missionárias, cada doente, cada corpo chagado representava a figura de Cristo, e sua ajuda humanitária era a mais doce das tarefas. Somente com essa filosofia é que as corajosas irmãs poderiam tratar doentes de lepra, elefantíase, gangrena, cujos corpos, em putrefação, eram imagens horrendas que exalavam odores intoleráveis. Todos eles tinham lugar, comida, higiene e um recanto para repousar junto às missionárias.

Reconhecido universalmente, o trabalho de madre Teresa rendeu-lhe um prêmio Nobel da Paz, em 1979. Esse foi um dos muitos prêmios recebidos pela religiosa devido ao seu trabalho humanitário. Nesse período, sua obra já se havia espalhado pela Ásia, Europa, África, Oceania e Américas.

No dia 5 de setembro de 1997, madre Teresa veio a falecer, na Índia. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante dias a fio, diante da igreja de São Tomé, em Calcutá, onde o seu corpo estava sendo velado. Ao fim de uma semana, o corpo da madre foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente.

Em 2003, o papa João Paulo II, seu amigo pessoal, ao comemorar o jubileu de prata do seu pontificado, beatificou madre Teresa de Calcutá, reconhecida mundialmente como a “Mãe dos Pobres”. Na emocionante solenidade, o sumo pontífice disse: “Segue viva em minha memória sua diminuta figura, dobrada por uma existência transcorrida a serviço dos mais pobres entre os mais pobres, porém sempre carregada de uma inesgotável energia interior: a energia do amor de Cristo”.

A sua canonização aconteceu no dia 4 de setembro de 2016. Na ocasião, o Papa Francisco afirmou:

“A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade!

Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião.”

FRASES DE MADRE TERESA DE CALCUTA

São filhos de Deus e foram criados para coisas maiores. Obs.: Referindo-se a todos os portadores da AIDS, em 1986.

  • Podemos nos tornar um Hindu melhor, um Muçulmano melhor, um Católico melhor.
  • Não utilizemos bombas e armas para dominar o mundo. Vamos usar amor e compaixão. 
  • Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas… Continue, quando todos esperam que desistas. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha.
  • Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos…Mas o que é importante não muda… a tua força e convicção não tem idade. O teu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
  • A força mais potente do universo é a fé.
  • As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.
  • A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.
  • O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.
  • O que eu faço é simples: ponho pão nas mesas e compartilho-o.
  • Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.
  •  Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.
  • É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.
  • O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa.
  • A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.
  • Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.
  • Qual é o lugar do homem? Onde os seus irmãos precisarem dele.
  • Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz
  • O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso.

A paz começa com um sorriso – sorri cinco vezes por dia para alguém a quem não gostarias realmente de sorrir – faze isso pela paz. 

Então vamos irradiar a paz de Deus e assim acender a Sua luz e extinguir do mundo e dos corações de todos os homens todo o ódio e amor pelo poder.

Carta do Papa João Paulo II
À SUPERIORA-GERAL DA CONGREGAÇÃO DAS MISSIONÁRIAS DA CARIDADE

À Ir. Mary Nìrmala JOSHI Superiora-Geral da Congregação das Missionárias da Caridade

É com imenso afecto no Senhor Jesus, e com a certeza das minhas orações, que lhe transmito as minhas saudações, bem como a todas as Missionárias da Caridade, por ocasião do vosso VIII Capítulo Geral. Com efeito, este é um encontro especial, dado que os membros do mundo inteiro se reúnem pela primeira vez, desde a morte da vossa Fundadora, Madre Teresa.

Revigoradas pelo exemplo da Madre, que consiste em transmitir a paz e o alívio aos necessitados do mundo, vós sois encorajadas a olhar para o futuro, conscientes da importância da vossa resposta aos clamores das pessoas que pedem pão, amor e aceitação.

A Igreja de Cristo na terra proclama o Evangelho a todos, mas olha com especial ternura e compaixão para os pobres. Ela fá-lo, porque sabe que “a opção pelos pobres é inerente à própria dinâmica do amor vivido segundo Cristo” (Vita consecrata, 82). O amor cristão não é simplesmente um acto de caridade, mas um encontro com o próprio Cristo na pessoa do pobre. Portanto, o amor a Cristo significa amor ao pobre; e, para as pessoas consagradas, significa abraçar uma vida feita de pobreza e adoptar um estilo de vida, tanto individual como comunitário, que seja simples e austero (cf. ibidem). Num mundo muitas vezes deturpado pela avidez, as vossas vidas caracterizadas pela pobreza evangélica, humildes e ao mesmo tempo ricas, proclamam eloquentemente que Deus é o verdadeiro tesouro do coração humano.

Esta verdade é de extrema importância nas dificuldades espirituais e materiais da vida quotidiana, em toda a sociedade, tanto rica como pobre. O vosso testemunho radical do amor de Cristo destina-se de modo vigoroso àqueles que procuram um significado mais profundo na vida. Portanto, encorajo-vos a perseverar na vida fiel do vosso carisma de serviço aos mais pobres de entre os pobres porque, ao fazê-lo, haveis de continuar a ser um exemplo luminoso para as pessoas do nosso tempo, em particular para as jovens gerações, que se encontram em situações não apenas de necessidade material, mas também de empobrecimento espiritual.

Enquanto vos preparais para realizar o vosso VIII Capítulo Geral, recordo-vos a importância da formação permanente. Ela adquire um significado ainda maior para os Institutos como o vosso, que exercem o seu apostolado numa vasta gama de situações sociais e culturais. A iniciativa, a criatividade e o zelo das Missionárias da Caridade devem deixar-se orientar sempre pela inspiração original do Instituto, que se encarna em contextos muito diversificados. Um programa de formação permanente bem elaborado, que esteja atento à Palavra de Deus e às sugestões do Espírito, é essencial, se quiserdes reconhecer Cristo e responder-lhe nas numerosas e diferentes situações em que servis os pobres. Por conseguinte, esforçai-vos com vista a garantir a formação permanente a todos os vossos membros: este é o modo de aprofundar a sua consagração ao Senhor e de aumentar o seu amor a Jesus e ao próximo.

Queridas Irmãs, quando a vossa Fundadora morreu, recordei como ela era sempre cheia da infinita força interior do amor a Cristo. Isto permitiu-lhe ser uma Missionária da Caridade tanto de nome como de facto. Ajudada pelo silêncio da contemplação, ela transmitia incansavelmente o amor de Cristo àqueles em quem encontrava o próprio Cristo. Vós sois as suas herdeiras espirituais, as suas amadas filhas. Seguindo o seu exemplo, sereis revigoradas na vossa vocação de servir a Deus no meio dos mais pobres entre os pobres. Oxalá a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Esperança e Mãe dos Pobres, que nos exorta a fazer tudo aquilo que Ele nos disser (cf. Jo 2, 5), vos oriente e vos inspire a fim de poderdes discernir o modo de responder da melhor forma e com caridade à humanidade que sofre. Como sinal da minha união espiritual convosco e como penhor de abundantes graças no Senhor, concedo-vos do íntimo do coração, tanto aos membros do Capítulo como a todas as Missionárias da Caridade, a minha Bênção apostólica.

Entrevista

Madre Teresa, em dezembro de 1996, concedeu uma entrevista à revista “Sem Fronteiras”, a qual talvez tenha sido a sua última ou uma das últimas. Confira a entrevista na íntegra:

Sem Fronteiras – Quantas são atualmente as Missionárias da Caridade?

Madre Teresa – Temos 3.604 Irmãs professas e 411 noviças, em seis noviciados: Calcutá, Filipinas, Tanzânia, Polônia, Roma e Estados Unidos. As postulantes são 260. No total, somos 4.275 Missionárias da Caridade, distribuídas em 119 países. As nossas Irmãs pertencem a 79 nacionalidades. Contamos com 560 tabernáculos, ou casas.

Por que “tabernáculos”?

– Porque Jesus está presente nessas casas. São casas de Jesus.
A nossa congregação quer contribuir para que as pessoas sejam saciadas da sua sede de Jesus. Fazemos isso, tentando resgatar e santificar os mais pobres dos pobres. Como as outras congregações, fazemos os votos de castidade, pobreza e obediência. Recebemos a autorização especial de fazer um quarto voto: o de nos colocarmos a serviço dos mais pobres dos pobres.

Como a senhora vê o tema do celibato?

– O celibato não é para quem se sente chamado ao matrimônio. O sacramento do matrimônio é maravilhoso. Desde o momento em que um homem e uma mulher se amam verdadeiramente e rezam juntos, Deus transmite a eles o seu amor.
A vida familiar merece muita atenção, é um dom de Deus. Não obstante, nós religiosas renunciamos a esse dom. Consagramos a nossa vida a Deus na castidade e no amor, sem divisão. Nada nem ninguém nos poderá separar desse amor, como diz São Paulo.

A senhora costuma dizer que não há amor sem sofrimento…

– Sim, o verdadeiro amor faz sofrer. Cada vida, e cada vida familiar, deve ser vivida honestamente. Isso supõe muitos sacrifícios e muito amor. Porém, ao mesmo tempo, esses sofrimentos vêm sempre acompanhados de muita paz.
Quando a paz reina em um lar, ali se encontram também a alegria, a unidade e o amor. Como se pode levar uma vida familiar normal sem paz e sem unidade?
Nesse sentido, a oração de São Francisco é muito atual. Não vivemos nas mesmas circunstâncias, mas o que Francisco pedia responde perfeitamente às necessidades da nossa época. Em Calcutá, rezamos essa oração todos os dias, depois da comunhão. Penso em todos os homens e mulheres que necessitam de amor: “Senhor, fazei-nos dignos de ser instrumentos da verdadeira paz, que é a vossa paz”.

A sua congregação abriu casas para pessoas com Aids em várias partes do mundo…

– Sim, entre outros lugares, nos Estados Unidos, na Itália, no Zaire e, evidentemente, na Índia. Até pouco tempo atrás, não era raro que pessoas se suicidassem quando ficavam sabendo que tinham o vírus da Aids. Hoje, nenhum enfermo acolhido em nossas casas morre no desespero e na amargura. Todos, inclusive os não-católicos, morrem na paz do Senhor. Isso não é maravilhoso?

As regras da sua congregação falam do trabalho em favor dos “mais pobres dos pobres, tanto no plano espiritual quanto no plano material”. O que a senhora entende por “pobreza espiritual”? Alguns dizem que se ocupa apenas com gente que vive na rua…

– Os pobres espirituais são os que ainda não descobriram Jesus Cristo, ou que estão separados dele por causa do pecado. Os que vivem na rua também precisam ser ajudados nesse sentido.
Por outro lado, fico muito contente de ver que, em nosso trabalho, podemos contar também com a ajuda de gente acomodada, a quem oferecemos a oportunidade de fazer algo de bom para Deus. É desse modo que conseguimos abrir um centro onde acolhemos e assistimos a jovens que saem da prisão.
Essa gente nos oferece material e dinheiro. Nesses dias chegou uma carta dos Estados Unidos. Pela letra dava para ver que era de uma criança. Ela me dizia: “Madre Teresa, eu gosto muito de você”. O envelope continha um cheque de 3 dólares. Para essa criança, tratava-se de um grande sacrifício.

Vocês também recebem ajuda de gente de outras religiões?

– Sim, de muçulmanos, hinduístas, budistas e outros. Alguns meses atrás, um grupo de budistas japoneses veio conversar comigo sobre espiritualidade. Eu disse a eles que jejuamos todas as primeiras sextas-feiras do mês e que o dinheiro economizado vai para os pobres. Quanto regressaram ao seu país, os monges pediram às famílias e comunidades budistas que fizessem o mesmo. O dinheiro que recolheram nos permitiu construir o primeiro andar do nosso centro “Shanti Dan” (“Dom de Paz”) para as “jailgirls” (meninas da prisão).
Cento e dez dessas meninas já saíram da prisão. São jovens, quase sempre adolescentes. Muitas delas são deficientes psíquicas. Saem das favelas e, de repente, se vêem metidas na prostituição. A maior parte, assim que renuncia a esse tipo de vida, é denunciada à polícia pelos proxenetas. Acaba na prisão, onde vive em condições desumanas.

Madre Teresa, alguns a criticam, dizendo que só tem um objetivo: converter os não-cristãos…

– Ninguém pode forçar ou impor a conversão, que só acontece por graça de Deus. A melhor conversão é a que consiste em ajudar as pessoas a se amarem umas às outras. Nós, que somos pecadores, formos criados para ser filhos de Deus, e temos que nos ajudar a chegarmos o mais perto possível dele. Todos somos chamados a amá-lo.

A senhora diz que as suas Irmãs não são assistentes sociais. Por quê?

– Somos contemplativas no coração do mundo, porque “rezamos” o nosso trabalho. Realizamos um trabalho social, certamente, mas somos mulheres consagradas a Deus no mundo de hoje. Entregamos a nossa vida a Jesus, com uma renúncia total e a serviço dos pobres, tal como Jesus nos deu a sua vida na eucaristia. O trabalho que fazemos é importante, mas não é tanto a pessoa que o faz que é importante. Fazemos esse trabalho por Jesus Cristo, porque o amamos. É tão simples.
Não temos condições de fazer tudo. Eu sempre rezo muito por todos aqueles que se preocupam com as necessidades e misérias dos povos.
Muitas personalidades e gente rica se associaram à nossa ação. Pessoalmente, não possuímos nada. Não ganhamos dinheiro. Vivemos da caridade e para a caridade.

E da Providência…

– Isso mesmo. Normalmente, sempre temos que enfrentar necessidades imprevistas. Em nossa casa “Sishu Bevan”, temos mais de duzentos bebês que necessitam de um tipo especial de leite. Um dia, as minhas Irmãs vieram me procurar para dizer: “Madre, tem que fazer alguma coisa, porque não vemos nenhuma saída”. No mesmo dia, um hindu rico veio me ver e me disse: “Madre Teresa, esta manhã, uma voz me disse que eu tinha que fazer alguma coisa pelos pobres”, e me deu o que necessitávamos. Deus é infinitamente bom. Ele sempre se preocupa conosco.

Por que tantas jovens entram para a sua congregação?

– Eu creio que elas apreciam, sobretudo, a nossa vida de oração. Rezamos quatro horas por dia. Elas também conhecem e vêem o que fazemos pelos pobres. Não se trata de trabalhos importantes e impressionantes. O que fazemos é muito discreto, mas nós o fazemos pelos mais pequenos.

A senhora é uma pessoa muito popular. Nunca se cansa de tanta gente, fotografias…?

– Considero isso um sacrifício, e também uma bênção para a sociedade. Eu e Deus fizemos um contrato: para cada foto que tiram de mim, Ele liberta uma alma do Purgatório… (risos)… Eu creio que, nesse ritmo, em breve, o Purgatório estará vazio…
Viajar pelo mundo cercada de tanta publicidade é cansativo e duro. Porém, eu utilizo tudo o que se me apresenta para a glória de Deus e o serviço aos mais pobres. É preciso que alguém pague esse preço.

Que mensagem gostaria ainda de nos deixar?

– Amem-se uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vocês. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz. – “UMBRALES”

Revista Sem Fronteiras Nº 247 – Dezembro 96 – pág. 05

Teresa de Calcuta funeral