Assunção de Nossa Senhora – Dom Sérgio da Rocha

Dom Sérgio da Rocha*

A solenidade da Assunção de Nossa Senhora, fixada para o dia 15 de agosto, no calendário universal da Igreja, está sendo celebrada neste domingo, para que todos possam participar da celebração eucarística, pela especial importância desta festa mariana.

A Assunção de Nossa Senhora está relacionada essencialmente à sua Imaculada Conceição, como afirmou o Papa Pio XII, em 1950, ao proclamar o Dogma da Assunção: “A Imaculada Virgem Maria, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. Além disso, compreendemos esse dogma mariano à luz da ressurreição de Jesus, proclamada, hoje, na Primeira Carta aos Coríntios. “Cristo Ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20), afirma o apóstolo Paulo.

O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “a Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (n. 966). Por isso, a solenidade que celebramos decorre da nossa fé na ressurreição do Senhor e fortalece a nossa esperança de participar da vitória de Cristo, da qual Nossa Senhora participa de modo singular. Aquela que viveu profundamente unida ao seu Filho na terra, continua unida a Ele no céu, nossa pátria definitiva, para a qual devemos todos caminhar, unidos a Cristo, contando com a intercessão materna e o exemplo de Maria.

O Evangelho, hoje proclamado, apresenta a visita de Maria a Isabel. O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pelo testemunho da caridade no serviço humilde e generoso a Isabel. A “serva do Senhor” se faz servidora de Isabel através do serviço humilde e caridoso. Nos lábios de Isabel, encontramos parte da singela oração da Ave-Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42).

Dos lábios de Maria brota a belíssima oração de louvor conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção é sinal do cumprimento daquilo que afirma Maria em sua oração: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; Ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”.

Neste domingo do Mês Vocacional, estamos concluindo a Semana da Família e nos recordamos, especialmente, da vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa profunda gratidão e as nossas preces, suplicando a intercessão da Virgem assunta ao céu, modelo para todos os que se consagram a Deus.

*Arcebispo Metropolitano de Brasília

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