Celebração indígena marca segundo dia do 12º Intereclesial

Agência Adital

O Ginásio Mário Amato, do Serviço Social da Indústria (Sesi), batizado neste 12º Intereclesial de “Porto”, parecia pequeno para abrigar a todas as delegações que, animadas e acolhedoras, participaram da celebração indígena que abriu hoje, 22, as atividades deste segundo dia de encontro em Porto Velho (RO).

Em meio a várias canções, as delegações iam respondendo às chamadas da equipe animadora. Foi num clima de muita atenção e respeito que os cerca de 3.000 participantes deram passagem para a entrada dos povos indígenas, responsáveis pela celebração de hoje.

O momento espiritual foi iniciado pelo povo Guarani. Vindos do Mato Grosso do Sul, os indígenas, com diversos instrumentos, evocaram a força comunitária, a solidariedade e o respeito por todas as coisas vivas que habitam a terra.

Em seguida, o cacique da aldeia Tupinambá, do Pará, Flávio Silva Rodrigues, subiu ao palco e reafirmou o valor místico da celebração. “Não se trata de um momento cultural, mas sim um de um momento de respeito, de espiritualidade com Deus, com o Espírito Santo”, disse.

Flavio mencionou ainda as perseguições das quais são vítimas os povos amazônicos. “Estamos aqui para dar nosso testemunho. Para mostrar para as pessoas que também somo gente. Que os seringueiros, os quilombolas, os ribeirinhos também merecem respeito. Até agora sempre fomos perseguidos pelas nossas terras”, denunciou o cacique.

Exposição Dom Helder

Em homenagem ao centenário de Dom Helder Camara, a organização do 12º Intereclesial preparou uma exposição no Porto (ginásio do Sesi). Por todo o local, os participantes puderam conhecer e relembrar vários momentos da vida do “profeta da paz”.

O ano de 2009 é marcado pelo centenário de nascimento de Dom Helder. Nascido no dia 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, capital do Ceará, Dom Helder foi bispo do Rio de Janeiro e arcebispo de Olinda e Recife.

Seu legado ultrapassou limites e é referência essencial para todas as iniciativas da Igreja voltadas para as questões sociais e para os direitos humanos.