Dia Internacional da Mulher

Tarcisio Marques Mesquita

Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A mulher, criada à imagem e semelhança de Deus, no decorrer de milênios, tem sido vítima de estruturas opressoras que distanciam não somente o feminino, mas todo gênero humano, de melhores e intensos dias de paz. Nada mais global do que comemorar, por meio da festa do feminino, a libertação do masculino, que se desviou da razão do seu próprio gênero, e que, por decreto da natureza, existe em interdependência com a feminilidade. O masculino sem a potência feminina torna-se fraco, menos que metade do que é um ser humano completo. Masculino sem feminino é como bateria sem um dos pólos, botão sem casa e Igreja sem fé.

Dia Internacional da Mulher também é momento de aperceber-se que o deplorável autoritarismo machista não é algo que somente se vincule ao próprio gênero masculino. Infelizmente, são muitas as mulheres que ainda se consideram beneficiadas pelo preconceito sexual, que as interpreta fracas e necessitadas de tutela e freio, carentes de serem subjugadas e guiadas como cegas. Nesta data, vislumbra-se a chance de um passo importante e irrevogável de conquista dos diretos da mulher que, por decorrência, torna-se também ato de conquista do melhor prazer para ambos os gêneros, desdobrando-se em outras conquistas que englobam, também, a ecologia, a economia e o processo por uma sociedade mais justa e saudável, ou seja, solidária e pacífica.

A labuta da mulher pelo reconhecimento de fato de sua dignidade e a preservação de seus direitos, em outras palavras, tem conduzido muito mais que seu próprio gênero a um processo libertador. A cada conquista feminina, o homem se dignifica, distanciando-se do mal do machismo, que também deplora a masculinidade e a coexistência fundamental de ambos os gêneros. Na libertação feminina, a salvação do homem do si mesmo pervertido, que, por séculos infindos, foi transformando a mulher de companheira em objeto de uso e descarga. Invariavelmente, mulher liberta é homem também liberto; ambos libertos, humanidade posta no caminho certeiro do saudável, justo e pacificador. Uma mulher liberta traz para a convivência humana o reencontrar-se de toda a humanidade consigo mesma. Definitivamente, o Dia Internacional da Mulher é o ensaio para a chegada tardia do Ano Internacional Permanente da Humanidade.