IDHeC recebe prêmio post-mortem concedido a Dom Helder Camara

Como parte das comemorações do centenário de nascimento do arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Helder Camara, o Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL), da Universidade Cândido Mendes, entregou, em dezembro do ano passado, o “Prêmio Alceu Amoroso Lima – Poesia e Liberdade 2008” para o Instituto Dom Helder Camara (IDHeC).

O prêmio foi concedido “post-mortem” a Dom Helder pelas obras de poesias. Marieta Borges, membro do IDHeC, recebeu o prêmio como representante do Instituto e afirma que ele foi um reconhecimento da Universidade ao Dom Helder poeta. Segundo Marieta, Dom Helder publicou 23 livros em prosa e em poesia. “Ele tinha uma linguagem poética até em prosa”, comenta. Ela explica que o “Prêmio Alceu Amoroso Lima” é uma honraria dada a poetas que cantaram a liberdade em forma de poesia.

Na ocasião da entrega do prêmio foi aberta, no Teatro João Theotonio, da Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro, uma exposição sobre a trajetória de vida do Dom, com painéis, livros e documentos que contam a história dele. Intitulada: “Dom Helder Camara: Memória e profecia no seu centenário”, a exposição passará por várias cidades brasileiras: “De lá (Rio de Janeiro), segue para Brasília e vai correr o Brasil”, afirma.

Marieta comenta que as homenagens giram em torno não somente de Dom Helder ligado à Igreja Católica, mas da figura dele como homem, poeta e lutador pela paz e pela liberdade. Assim, ela explica que as comemorações são ecumênicas e as homenagens não são apenas da Igreja, pois a obra dele foi mais além: “Dom Helder era um homem a favor do ecumenismo”, comenta. Ela afirma ainda que o objetivo das comemorações é lembrar a importância dele e das obras que realizou. A intenção, segundo ela, “não é cultuar Dom Helder, mas trazê-lo para a atualidade”.

Somente no dia 7 de fevereiro, data de nascimento dele, haverá: o lançamento do selo nacional comemorativo ao centenário do Dom pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC); a inauguração, no Pátio das Fronteiras, da escultura do Dom Helder poeta pela Prefeitura de Recife, através do Projeto “Circuito dos Poetas”; o lançamento do CD “O Dom da Paz”, com canções em homenagem a Dom Helder realizada por diversos compositores; e a Concelebração Eucarística no pátio externo da Igreja das Fronteiras, presidida por Dom Geraldo Lyrio, presidente da CNBB.

Marieta conta que as comemorações do centenário de nascimento de Dom Helder seguem até o final do ano, em várias cidades do Brasil e do mundo. “A festa não vai acabar no dia 7, ela vai se estender por todo o ano”, comemora.