Moradores de rua e catadores de materiais recicláveis recebem apoio de Pastoral

Segundo pesquisas, o Brasil possui 31.922 pessoas acima de 18 anos morando nas ruas, isto sem contar com centros como São Paulo, Recife e Belo Horizonte e Porto Alegre. O número chama a atenção para um problema cada vez mais crescente nas grandes cidades. Tendo seu trabalho volta para esta parcela da sociedade, a Pastoral do Povo de Rua tem se mostrado atuante na luta para mudar essa realidade, ajudando a diminuir a situação de exclusão e o preconceito que cerca as pessoas em situação de rua.

Os trabalhos de articulação da Pastoral surgiram a partir de experiências realizadas com o povo de rua, em 1993. Em 2001, com a realização do 1° Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e da 1ª Marcha do Povo da Rua, a Pastoral tornou-se Pastoral Nacional do Povo da Rua.

Com sede em Belo Horizonte (Minas Gerais), a Pastoral tem abrangência nacional, estando efetivamente presente em algumas cidades das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Atualmente ela integra a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com irmã Maria Cristina Bove, membro da articulação nacional, a Pastoral realiza ações de estímulo ao protagonismo social, buscando alternativas para a superação de todos. Ela comenta que a Pastoral orienta as pessoas para que elas observem a realidade de uma forma diferente.

Para a irmã, os trabalhos visam, principalmente, ao crescimento da população na luta pelos seus direitos. Ela explica que as atividades iniciam a partir da abordagem de equipes da Pastoral nas ruas, onde são estabelecidas relações de amizade e de confiança.

Após o contato inicial, as equipes iniciam trabalhos que serão desenvolvidos de acordo com a realidade de cada local. Segundo Cristina, as atividades podem ser desde a criação de fóruns de discussão em busca de ações prioritárias e emergenciais para o segmento, até a realização de projetos de capacitação.

Além dos moradores de rua, essas ações também são destinadas aos catadores de materiais recicláveis. Irmã Cristina destaca que a Pastoral está tentando estimular a sociedade a se solidarizar com esses trabalhadores, pois eles estão enfrentando situações difíceis. Com a crise financeira internacional, o preço de produtos como papelão, plástico e ferro caíram, gerando, assim, prejuízo não só aos grandes empresários, mas também aos catadores de materiais.

Dentre as atividades para o povo da rua, destaca-se, a Política Nacional para a Inclusão Social da População em Situação de Rua, que ainda está sendo discutida pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI).

A Pastoral do Povo da Rua, juntamente com representantes do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR) e do Colegiado Nacional dos Gestores Municipais da Assistência Social (Congemas), representam a sociedade civil organizada no GTI, que é formado ainda pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério das Cidades, Ministério da Educação, Ministério da Cultura, Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Justiça, Secretaria Especial de Direitos Humanos e Defensoria Pública da União.

A política tem o objetivo de dar visibilidade e orientar ações para a construção de políticas públicas voltadas para esse segmento da sociedade. Irmã Cristina comenta que nos dias 7 e 8 de maio acontecerá um seminário em Brasília com a presença de 100 moradores de rua. Na ocasião, será apresentada a proposta da Política Nacional e serão discutidas as principais demandas da população de rua.

4 Comentários

  1. Luciene Silveira
    abr 02, 2009 @ 00:13:31

    Olá, sou assistente social, moro em Passos(MG),gostaria de parabenizar o Pe. Julio Lancelote,pelo seu trabalho, pela sua dedicação, que Deus te abençoe sempre. Pois este trabalho é arduo, mas gratificante. Acredito que o mundo so será melhor quando formos capazes de sair de nos mesmos e sermos agente de transformação de uma sociedade alheia e preconceituosa, temos que mudar estes conceitos. E o primeiro passo é : acreditar em quem menos é acreditado.

  2. norma azevedo
    mar 08, 2010 @ 12:59:44

    Olá

    Eu acho maravilhoso saber que existe pessoas dedicando tanto amor ao próximo isso fortalece a minha fé.
    Tenho uma pergunta a fazer eu moro em Belém Pa Ananindeua tem um homem que estar sofrendo muito ele mora na rua quebro a perna faz um tempo e o que é pior estar necrosando já ñ consegue andar direito nem pra procurar alimento quero muito ajudar, mas não sei bem como, pois não tenho recursos por favor o que posso fazer para ajudar essa pessoa.
    par favor responda

  3. Octavio L. F. Leo
    mar 10, 2010 @ 21:17:28

    D. Norma
    Que bom saber notícias de pessoas tão distantes e que acabam nos tornando tão próximas pois professam a mesma fé em Jesus. Aconselharia levar esse nosso irmão de rua que está sofrendo, para um hospital que atenda pelo SUS, pois o fato dele ser um morador de rua não impedirá seu atendimernto. Pelo que a sra. está dizendo, deve ser feito logo para evitar o pior, como até mesmo uma amputação de sua perna.
    Mande-nos notícias sempre que puder e que Deus lhe abençoe e também sua família.

  4. julio
    mar 11, 2010 @ 08:49:26

    D .Norma procure agir em comunidade buscando apoio do Pe. de sua paróquia, da Unidade básica de saúde,da Prefeitura que deve ter assistente social ou do Ministério Público e que nosso irmão receba carinho e o que necessita