Tríduo Pascal – a nossa Páscoa – Quinta-feira Santa

Ceia do Senhor

É considerada véspera da Sexta-Feira Santa.

Jesus, seguindo o costume de seus irmãos judeus, celebrava todos os anos a Páscoa em memória dos acontecimentos do Êxodo. Às vésperas de ser entregue e condenado à morte, Jesus celebrou a Páscoa com um sentido próprio a partir de sua morte na cruz. Sua morte é Páscoa: mostra a intervenção do Pai que salva a humanidade pelo amor de seu Filho, amor este levado às últimas consequências. “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Antecipadamente, ele celebrou em forma de ceia pascal o que iria acontecer no calvário no dia seguinte.

Ele tomou o pão e o vinho celebrados na Páscoa e aplicou-os a si mesmo. Nessa ceia, é costume bendizer a Deus sobre o pão sem fermento que é partido e distribuído; Jesus viu nesse gesto o sacrifício do seu corpo imolado na cruz e dado como alimento. Nela, toma-se vinho e come-se o cordeiro sacrificado, cujo sangue selou a primeira aliança entre Deus e o povo e também poupou da morte os primogênitos. Jesus é o novo cordeiro que tira o pecado do mundo, seu sangue redentor derramado na cruz perdoa todo pecado.

Ao celebrar pela última vez a Páscoa judaica com seus apóstolos, Jesus institui o memorial de sua Páscoa (Paixão, Morte e Ressureição), a Eucaristia como o sacramento por excelência, que expressa o significado de sua entrega como cumprimento do projeto do Reino de Deus. Na última ceia há uma antecipação celebrativa, sacramental, do sacrifício de expiação do pecado que acontece na cruz. Essa é a celebração sacramental nova, memorial do novo êxodo pascal de Cristo.

Sua entrega consciente àqueles que podiam matá-lo significou o enfrentamento do mal deste mundo pelo Filho de Deus. Jesus combate o mal pela raiz e ensina-nos que o amor deve ser levado às últimas consequências: “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

Lava-pés

O gesto do lava-pés está muito presente na sociedade no tempo de Jesus, visto que se andava a pé. O primeiro gesto de acolhida numa casa era oferecer água para lavar os pés. O estranho é ver Jesus lavando os pés. Dessa forma, o gesto se reveste do valor da humildade, do serviço, do despojamento. Porque o comum era que um serviçal o realizasse.

Jesus, o Filho de Deus encarnado, entende sua vida e sua missão como serviço de amor à humanidade. Ele se doa inteiramente. “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós” (Jo 13,14-15). Assim, o Reino de Cristo só pode ser recebido e instaurado com o serviço de amor. E a entrega da sua vida na cruz será o cume desta entrega, da sua vida colocada a serviço da humanidade. Assim, os três elementos se orientam mutuamente: o sacrifício na cruz, o serviço e a humildade de lavar os pés, e o pão partido. Isto é Eucaristia.

Celebração litúrgica

Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
1ª leitura: Ex 12,1-8.11-14 – Primeira Páscoa
Sl 115 – O cálice por nós abençoado
2ª leitura: 1Cor 11,23-26 – O que eu recebi vos transmiti
Evangelho: Jo 13,1-15 – Lave-pés
Lava-pés
Liturgia Eucarística
Transladação do Santíssimo Sacramento


Tríduo Pascal – a nossa Páscoa

Paulinas